segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Gabriella (The Dark Thought) – Parte 2

Depois de três dias bebendo, dormindo pouco e fora de casa, ficando com vários garotos e arranjando algumas brigas, ela voltou para casa. Quando abriu a porta deu de cara com seus pais (mas hoje não é terça? Ou será quarta?) e o pastor da igreja (whathefuck?) com uma xícara de café na mão. Começou a gargalhar, levantou seus óculos de sol que sempre usava por causa da sua sensibilidade a luz, e claro por casa da ressaca, e todos ali viram suas olheiras, três dias significam três noites (ou seriam quatro?). Ainda gargalhando, como se tivesse ouvido uma piada realmente boa, Gabriella entrou na sala e fechou a porta enquanto o pastor se levantava.

– Estamos te esperando a algumas horas Gabi. Por que você não se senta?

– Um: Gabriella. Dois: minha casa, eu dou as opções à você aqui.

– Gabriella – disse sua mãe alarmada

– Shii! To com dor de cabeça, não grita. – E saiu da sala.

– Aonde você vai?

– Acho que você olhou pra minha cara. Banho!

Ficou o que lhe pareceu horas no chuveiro, debaixo daquela água quase gelada até que sua mãe bateu na porta para apressar-lhe. Saiu e colocou uma baby look que expunha a tatuagem do osso da bacia e shortinho, mesmo o clima não exigindo. Foi até a sala e viu que o pastor ainda estava ali.

– Hum, Gabriella, precisamos conversar.

– Ah é?! Não acho que você costuma falar sobre o que eu falo.

– Também acho. Mas hoje vamos falar sobre um assunto meu...

– Eu mencionei que o inverso também me parece remoto?

– Pare com isso! Isso não é você!

– É Gabi – apoiou sua mãe, a única que podia chamá-la assim.

– Sabia que eu nunca me senti tão eu quanto ultimamente?! E se vocês não me conhecem, tenham o prazer...

– Gabriella, você sabe que bebidas e garotos não vão preencher esse  vazio que você sente. Volta pra igreja, lá você tem amigos-

– HAHA. Bela piada padre. Amigos? Você se refere a aqueles idiotas que fingem se satisfazer com as ‘coisas de Deus’? Aqueles falsos, hipócritas? Ah, você não sabe, né?! Já que você não os conhece e nem se dá ao trabalho de, já que eles só servem pra dançar, pra animar a velharada da igreja com suas dancinhas como se fossem animaizinhos adestrados, certo? E daqui a pouco você vai me dizer que ‘Deus vai preencher meu vazio’, você deveria saber que ele não conseguiu. E by the way, pode ser garotas também, eu não tenho preconceito.

Pobre pastor, pego por meias e completas verdades quando estava totalmente desprevenido. Sua mãe chorava e seu pai mexia a boca sem fazer barulho, devia estar orando.

–Ta bom, eu não posso ajudar quem não quer, mas nunca se esqueça: Deus te ama, independente do que você faça! Me desculpem – disse direcionando-se aos pais – mas eu não posso fazer nada. – e de novo para Gabriella: vou orar por você.

–Não precisa, eu já tenho meu acordo com Ele – apontando para o teto, e acenou para o pastor que já estava parado em frente a porta aberta. Ele fez sinal aos pais para que saíssem também e Gabriella ainda pôde ouvir enquanto a porta era fechada: “Talvez um psicólogo seria...”, apenas ignorou e foi para sua cama, para a doce escuridão do seu quarto, olhou para cima e resmungou algo parecido com “seu sacana”, caiu na cama e compensou as três (ou quatro) noites.

Sem título 1

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3 comentários:

  1. bueno !
    to até ansiosa pra saber o resto :p

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  2. o pastor já deve estar achando que essa menina está possuída!

    Você parece que não frequenta a igreja, mas já deve tr frequentado na infância e não gostava muito, apenas ia por causa de seus pais, acertei? cheguei perto?

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  3. Texto interessante, vou acompanhar de perto o desenrrolar da história.

    Abraços farternais

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